dezembro 29, 2009

** Palavras **


Palavras...
se espalham pelo vento, seco …
e levam meus pensamentos a vagar .. devagar ,
subindo e descendo ruas, olho, sonho, observo e me ponho a contar.
Conto as coisas do jeito que olho...
minha visão ... meu portifólio, o meu jeito de amar.
Sou as vezes um ser inanimado , um objeto no meu quarto, to tentando me conhecer.
Vejo... tantas pessoas cruas ... e nuas por não saberem viver.
Ignoram tudo a sua volta... escracham...
do meio, dos seres, da vida que podem ter.
Pessoas que não se dão conta, que na vida nada consta...
somente o que há dentro do seu ser.
Estenda ... a sua mão a quem precisa,
de um abraço ... mude a vida, começando por você.
Corra, sorria, chore e abrace, cante ..
embaixo do chuveiro ou em frente a tv.
Fale alto, brigue, grite , xingue, estrapole, não deixe a raiva dominar você.
Ouça ... aquela música que gosta,
bem altoooo … diga que está apaixonada, mande carta, de risada, mas não se esconda de você.
Saia, dance a noite inteira ou leia..
livros bons que te faça viajar …
tome todas ali no bar da esquina ou nem ligue para o que possam lhe falar...
ligue, para aquele amigo que faz tempo que não vê...
Corte o cabelo e faça uma tatuagem ou imagine o que quer perto de você.
Desligue a tv do noticiário ... diário ....
compre um e comece a escrever ;
deixe emanar seus pensamentos...
seja o seu o "teu" momento ,
não se envergonhe...
de ser você!!

dezembro 22, 2009

** Verdade **


O que é a verdade além daquilo que seus olhos podem ver ??
O que é real e o que você fantasia?
Falei a verdade contando a mentira...
pois naquela verdade escondi o meu dia...
meus sonhos e contos...
meus cantos e prantos não podem ser fatos, menti a verdade.
Escondi o elo,
o ponto de partida,
convenci o incerto,
busquei a saída,
menti a verdade por que ela é dura, tão forte e impura ... dura de crer.
Não sei se a verdade é como os padres , ou frades e madres que fazem-me crer... que verdade são essas ??
são contos?
promessas?
são festas ... serestas que eu não puder ver ???
Eles dizem que pode, e aquilo não pode, inventam desculpas pra te convencer, mas no fundo do peito e da face escondida, inventam uma vida que não vão viver.
Irreal ou real, maduro ou banal, são coisas distintas e tão adversas...
frases esquecidas e lenços na testa,
são revoluções, pavis, lampiões, buscando a verdade que alguém escondeu.
A verdade é tão sua, tão crua e tão nua, e tão ofuscante que chega a doer.
Seus olhos não mentem, por mais que você tente, não esconde a semente do seu eu, que tudo vê.
Verdade ou mentira não se identifica...
não se otimiza,
não se leva para o céu.
Então faça aquilo em que acredita , se vista, se pinte, e seja você.
Mas não deixe nunca de ser sua verdade!!

dezembro 18, 2009

** Loucos **


Sim somos todos muito loucos ... loucos por tudo e por nada.
Loucos de fome, loucos para gritar, loucos para viver , loucos para morrer.
Somos LOucos de vontade, mas não temos coragem, e achamos que nossa idade já não nos permite viver... então optamos só por sobreviver; e se deixar arrastar pelos caminhos incertos, achando que o certo com a gente nunca vai acontecer.
Somos Loucos de amor , mas deixamos que a dor abafe o calor que do nosso peito brota, e então vem o odio e sufoca, provando que sonhos são coisas de idiotas, e tudo parece que já não importa, entramos e saímos por tantas portas ... retas, curvas, tortas e nosso amor nunca nos percebeu.
Somos Loucos de fome, ainda mais quando perecebemos que muitos homens jogam fora o pouco daquilo que temos pra comer, pois o país passa fome, e de tanto gritar seu nome já esqueceu o que tinha que fazer para merecer um prato de pão, porque a luxuria e a miseria caminham na mesma calçada e todos sabem que a alçada não vai ser pra sempre de ouro ; todo esse tesouro que eles guardam a sete chaves e toda a malandragem que tira da gente a coragem vai um dia desaparecer, então um prato serão dois pratos e todas as bocas se saciarão.
Somos loucos para gritar e protestar, tirar de dentro da nossa garganta a raiva que tanto inflama os peitos e oprime o jeito de ser de cada cidadão, mas então o grito se abafa, e a dor que não passa vira ferida, e causa cicatrizes em nosso coração ;tornando o peito amargo, sem jeito, e o coração pedra e rocha que nem com agua amolece, e assim ele padece... e se torna infiel, amargo como fél e sem sabor.
Somos loucos para viver, porque viver é saber e o saber é a vida. A vida que é fácil e colorida e que deixa guarida e faz você feliz; a vida que é dura e sofrida, mas é vivida e não arrependida, e cada dia uma vitória enche o peito de glória e orgulho de nosso Senhor, que dá força pra gente acordar e andar no trem cheio e ter que suportar falatorio de alheios e a amargura de um tedioso patrao... que no fim do mes da um salario padrao sem dó nem piedade ; desconhecendo a rotina daqueles que vem e vão.
Somos louco para morrer porque a morte resgata e deixa pra trás toda marca e raiva que ha dentro de seu coração, e quando você desperta descobre que a hora certa no mundo não é tao certa, que não é qualquer botao que se aperta, não é qualquer palavra que agrada, não é qualquer notinha que abafa e que há muitos que sofrerão. Então a morte liberta, te dá outras oportunidades, você renasce na sua cidade ou onde você quiser. E então você faz sua opção, se torna alguém melhor, consegue amar quem te fez o pior e ajudar aquele irmão .
Mas ao invés de morrer seja louco e aproveite, e viva cada dia intensamente e seja a pessoa que quiser, e acredite naquilo que vai ser. Não deixe seu espelho ser você, seja você seu espelho e reflita em quem precisa, passe sua energia positiva, alcance e abra rumos melhores, tire de sua vida passagens ruins e dias piores, aprenda com a dificuldade, e independente de sua idade saiba viver, viva para amar e ame para viver e aprender.

dezembro 16, 2009

** Calçada **

As unhas dos pés estavam compridas demais, chegava a machucar dentro do tênis. O tênis estava apertado demais, e de tão velho já mostrava seus dois furos novos. As calças exibiam um jeans gasto, com uns quatro ou cinco buracos desfiados (propositalmente, para disfarçar a velhice da peça), a camiseta tinha a gola torta e frouxa; tinha uma ou duas manchas de gordura, mas estava limpa apesar de cheirar sabão em pedra. Os cabelos eram oleoso, caíam no seu rosto tampando seu olho direito, dando um ar de deboche e descuido, tinha caspa, coçava muito e só via água 1 vez por semana. Sua mão exibia uma cor escura, não pelo tipo de pele, mas por estar encardida; entre as unhas uma sujeira penetrante, preta, marrom, uma sujeira que exibia diversas cores… cores de uma cidade que se misturava ao caos, a agitação e a loucura dia a pós dia.
Aquele lug
ar na calçada era o seu preferido, quase ninguém pisava no seu pé dolorido ali, era espaçosa e as vezes podia esticar as pernas. Daquele lugar podia divisar as mais diferentes imagens…. conseguia ver o alto do edifício á sua frente e sentir-se dentro dele, em um confortável sofá, vendo um programa de tv, comendo um sanduíche e tendo um banheiro limpo e com chuveiro quente para tomar seu banho; e depois de banhado descia pelo elegante elevador social esbanjando sua roupa nova e seu perfume importado que com duas gotas fazia qualquer um virar-se. Também podia ver os carros que por ali passavam, um mais veloz que o outro, e de cores diferentes, e modelos e performances… e também era capaz de se ver lavando seu carro em um domingo quente, ouvindo seu som preferido, conversando com os amigos na calçada sobre a festinha de ontem.
Ali ele ta
mbém podia ver diferentes pessoas, diferentes roupas, diferentes estilos… e também podia se ver indo de volta para casa, chegando cansado e feliz por mais um dia de serviço, jogando sua mochila no sofá, tirando o tênis e deixando no meio da sala, deitando no sofá e esticando as pernas para descansar. E logo em seguida sua mãe chamando para jantar, mas antes disso ele tinha que tomar um banho , pois as ruas e transportes públicos eram sujos e transmissores de doenças.
Tudo isso ele era capaz de ver, de sentir, mas incapaz de fazer. AS ruas sujas e transmissoras de doenças eram agora sua moradia, seu confortável sofá era o degrau daquela calçada que agora estava sentado a refletir. O banho ele poderia tomar naquele dia mesmo, se tivesse sorte e começasse a chover, sua refeição era garantida pelo dono de um bar-restaurante que deixava as sobras para o cachorro (que ainda nã
o sabia que era ele). Sim, ele apenas sobrevivia, na selva de concreto e arranha céus, na mata de luxuria e avareza, no pântano de desfavorável condição e classe social.
Não, ele não queria um tênis caro, nem uma camiseta que gritasse sua marca estampada para todos lerem, e nem um carro de luxo. Talvez ele quisesse uma oportunidade para tentar vencer, uma chance para tentar realizar, uma brecha para conquistar. No entanto, seu aconchego continuava sendo a calçada, seu refúgio continuava sendo seus sonhos e sua esperança continuava sendo a certeza de que amanhã s
eria um outro dia, e novamente o Sol estaria brilhando lindo e confortável, sob o céu de uma cidade cinza e sem nuvens. E então a noite caiu, mas não havia estrelas, e nem havia vento, somente uma brisa calma e refrescante, deixando a sensação de que por mais miserável que era sua vida, ele tinha uma, e não cabia a ele desmerecê-la, mas sim tentar mudá-la a fim de que ela fosse melhor.

dezembro 13, 2009

** Seis Meses **

É uma injustiça…… uma grande injustiça!!!! Como é possível que não consigamos lembrar de quando tínhamos seis meses de vida???
A melhor e mais elogiada fase da vida de uma pessoa… Lamentável que não lembramos, mesmo que seus tios, avós, vizinhos e todos que pegaram você no colo, fizeram gut-gut, e disseram ai que delícia de bebe contem as mais mirabolantes histórias, você não vai lembrar… a nossa memória é falha nesta fase da vida… felizmente ou infelizmente? Pois é, pelo menos não lembramos que fazíamos xixi e coco na calça, vomitávamos a quase toda hora, usava um babador e tinha que implorar por uma volta no playground do prédio, ou na pracinha perto de casa. Mas ao mesmo tempo, também não lembramos dos elogios e promessas que nos faziam (doce é o que mais se promete!!), nem dos apertões nas bochechas, nem das mamadeiras com leite sem açúcar e super quente ou frio demais… também não precisamos lembrar do móbile do nosso berço, que girava sem parar e tocava uma música insuportável e irritante. Acho que sei porque os móbiles fazem os bebes dormirem… sem muita opção o bebe é colocado no berço depois daquela mamadeira… com a barriga cheia não consegue dormir e fica agoniado, começa a reclamar …. a mamãe, com a MELHOR DAS INTENÇÕES gira aquela bendita corda do móbile e é ai que tudo começa! A música chama a atenção do Bebe, ele olha e vê estupefato aquele monte de bichinhos presos por uma corda coitados… quem foi o filho da puta que fez essa maldade pensa o bebe… então começa a imaginar o que poderia ele fazer para salvar aqueles lindos animais presos…. ele pensa, pensa e começa a ficar tonto… e então se dá conta que além de presos e escravizados os pobrezinhos tem que andar em círculos o tempo todo! Mas que crueldade! Ele olha, olha e tenta imaginar o começo do círculo…. mas não acha, então decide procurar o final… mas também não acha, então ele deixa um pouco de lado a questão dos animais presos e tenta achar o inicio e fim do circulo…. Então ele descobre que o circulo é muito barulhento, quanto mais ele gira, mais ele toca, e aquela música nunca muda de ritmo, e os animais presos, o círculo e a musica fazem uma tremenda confusão na cabeça do pobrezinho do bebe, e tudo deixa ele tonto…tonto…tonto…zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz! Finalmente ele dorme…. sonha com os animaizinhos livres, com o começo, meio e fim do círculo e com a musica horrível que ele substitui por uma bem legal, igual aquela que seu primo de 13 anos, que só anda de preto estava ouvindo no carro da mãe dele ontem.. ah, isso sim que é musica (são nesses momentos que eles sorriem quando dormem)!
Que pena que a gente não se lembra dos nossos seis meses! Que pena!!!!

dezembro 08, 2009

** Respostas **

Quer saber aquilo que eu não quero contar,
quero contar aquilo que ninguém quer saber.
Querem saber como curar uma dor?... a dor de dor ... mas não dizem que direção outrora ela tomou.
Quero contar que dor de dor não é mais perigosa que dor de amor, mas que no fundo no fundo dor é dor ... e o antídoto para a dor é o perfume da flor, a energia da cor, e o calor do amor.
Querem saber de onde vem a saudade?... e qual a idade para não mais sentir? Quero contar que saudade não tem idade, não tem rosto nem identidade, chega mas não tem hora pra partir. Ela se instala, te aperta e te cala ... mas te faz ser poeta e te faz refletir.
Querem saber se sorriso se compra, se aceitam cartão ou cheque por aqui? Quero contar que sorriso se doa, não tem som mas ecoa , não tem boca mas fala e repara todo mal que há por vir. Ganha quem dá e quem recebe, recebe quem ganha e quem merece... Merece ganhar quem também não sorri. Porque ele é contagiante, vale mais que um diamante e uma pedra de rubi.
Querem saber se abraço da tétano? ... se letal ou infecto, e para onde fugir ?
Quero contar que abraço é calor, é respeito, é amor, é energia, é valor, é carinho e afeto. E quem não abraça vira espectro, fungo e dejeto do próprio humor. O abraço tem fala, tem força e declara quem sou... todos o recebem com carinho e amor, não importa a idade, nem o sexo , nem a cor.
Querem saber porque o coração sofre ? ... se bate e se contorce por quem o deixou ?
Quero contar que o coração é vilão, se engana bem fácil por qualquer paixão, acredita em tudo que ouve, acredita em tudo que vê ... endurece e se fecha com a mesma intensidade que se abre e recomeça. Mas apesar de apanhar mais que bater ; ele sabe exatamente o que fazer, e faz exatamente aquilo que tem que fazer.
Querem saber porque a vida é tão curta? ... as vezes injustas com as pessoas que querem viver ?
Quero contar que a vida é bela , e é preciso "estar nela" para entender. Sua jornada é extensa, e vale como recompensa viver bem para saber. Porque não é aqui que acaba, é longa a caminhada de quem quer viver. Aprenda a viver, repare com atenção, tenha uma direção que você vai entender.
Querem saber o que é a fé? ... se não podemos ver .. ela tem rosto de mulher?
Quero contar que a fé está com quem a quer, ela tem rosto de mulher, de criança e de quem mais ela quiser. A fé está no ar, no respirar e no olhar, no cantar e no falar; nos joelhos que se dobram e nas mãos que vão ao ar. No olhar de uma criança, num sorriso de esperança, nas vozes que ecoam, nos dedos que se entrelaçam, nos braços que se abraçam e no coração daquele que crê. E quero dizer mais, volte onde você a perdeu e procure-a por lá, nos momentos mais dificeís é ela que vai lhe ajudar.
Querem saber se sou de outro mundo? ... porque escrevo tanto? ... poesias , textos , idéias e frases qualquer?
Quero dizer que o texto é a fala, é a voz e a cara de quem vai escrever. Escrevo porque gosto, porque me satisfaz, nas horas boas da madrugada, onde ninguém me conhece … nem mesmo eu !!

dezembro 06, 2009

** POr de Sol **

Hoje mesmo eu sai para ver o sol se por , não encontrei nada pelo caminho, só chão, poeira e um pouco de dor.
Não havia verde, não havia flor.
Procurei um jeito de pensar que estava sonhando , mas o sol não estava se pondo, e o sol não estava nascendo , o mundo estava morrendo, e as pessoas não estavam entendendo.
Arrumei minha mala e mudei-me de lugar, quis procurar o sol na esquina de lá, mas naquela esquina tinha pó, crianças chorando, colher esquentando, nariz formigando e uma geração definhando.O efeito da adrenalina, naquela e em tantas outras esquinas, um mundo de descobertas foi descoberto pelas narinas e pelas mãos.
E
o sol ainda não veio , e a noite ainda não foi, eu levantei, e em devaneios, segui para encontrar o sol em outra direção.
E vi o efeito da luz de um poste, quis lhe dar um ar colorido, mas só vi refletido um cinza de solidão. Com tanta claridade , na cabeça tantas cidades não clareia um palmo de muitos chãos.
O mundo não parou para esperar o sol se por, o mundo não quis ver o sol nascer, o mundo não se preocupou no que os meninos da esquina vão ser, o mundo não quis colorir , o mundo deixou de sorrir.
E tantas coisas se revelaram ... o leite mais caro, a dor indolor,a comida na mesa que tem de sobremesa o pão que o diabo amassou.
Revelam-se rostos vermelhos da vergonha do pé no chão, revelam-se criaturas que de noite são inseguras e de dia crianças puras, que na alma carregam um leão.
Pois o tempo castiga, não passa , não voa, não traz a saudade, não marca a idade, não faz seu papel.
O tempo não limpa o céu, não deixa o sol se por ... levanto novamente, ando lentamente, esperando …. hoje, eu levantei para ver o sol se por.

dezembro 04, 2009

** Lugar **

Todos os lugares que nos leva nos traz de volta …
todoa luz que se acende, também apaga …
todo copo com água que enche, transborda.
Todo vaso de ceramica que cai, quebra.
Todo raio clareia, todo trovão estronda.
Toda tecla escreve.
Todo dia acorda.
Toda conta, tem que ser paga.
Toda rua tem uma direção.
Todo semáforo indica uma posição.
Todas as placas falam com a gente.
Todo barulho incendeia.
Toda bandeira, hasteia.
Todo cinzeiro esconde uma vida.
Todo bar abriga idéias perdidas.
Todo bêbado tem coragem para alguma coisa.
Todas as coisas ficam mais fáceis na embriaguez.
Toda onda arrebenta.
Todo travesseiro esconde um sonho.
Todo sonho se refugia num travesseiro.
Todo pensamento lúcido, nem sempre é tão lúcido assim.
Todo desafio vira obrigação do ego.
Todo orgulho se torna burrice da vaidade.
Toda ação tem uma reação. A NATUREZA IMPLORA.


Quer viver?? __ Preserve!

dezembro 03, 2009



Quer saber ... assim como eu quero contar , um olho se perde e se desvia de um outro olhar …
Apoiando sua força no imaginável, no perfeito e inesgotavel.
O silêncio se faz presente enchendo os lugares de fantasmas e assombrações, e de repente as árvores deixaram de ser verde e passaram a ser marrom... e o azul do céu turvou-se e ficou acinzentado.
Os carros passavam rápido demais, as folhas balançavam rápido demais, a água escorria rápido demais, mas o tempo decidiu parar ... e o relógio teimoso, não queria andar.
O sol esquentou a cabeça, a cabeça esquentou o corpo, o corpo esquentou os hormonios os hormonios esquentaram os sentimentos e os sentimentos explodiram em dor.
Fez a dor transformar-se em lágrima, e as lágrimas em brisas de esperança.
E mais uma vez o silêncio fez sua presença, e dele surgiu um feixe de luz... e alivio, e uma voz que gritava baixinho que existe um andítodo para dor.
Então joelhos dobraram-se … e cabeças ergueram-se … e da boca saíam sussurros e clamores , e os dedos se entrelaçaram e junto com eles a força da fé.
E no ar se porpagavam luzes coloridas que cirandavam, e voavam para longe … e voltavam e saiam.
E as arvores ficaram verdes, e os carros foram mais devagar, as folhas conseguiram descançar ... o tempo voltou a andar e o relogio voltou a funcionar!
E da lajota de cimento nasceu uma folha, e do rosto brotou um sorriso … todos os braços se envolveram em um gigante abraço, todas as lágrimas saltaram para festejar, todos os joelhos dobraram-se para agradecer e para não deixar a fé morrer.
Os olhos … eles se voltaram para trás e entenderam que grande é o que temos hoje.

dezembro 02, 2009

** ACoRdA **

Andou sem rumo, deitou e dormiu, sonhou que não sabia sonhar … acordou gritando, travesseiro molhado, rosto suado, cabeça girando !
O frio que não passou porque a coberta não esquentou .. a memoria que não perdoou porque o fato de repente voltou. E perdeu o controle, perdeu o sono e perdeu a fome, ganhou miragens que não passavam de alucinantes viagens num marasmo incontrolavel e insaciavel de desejos sem fim.
Se livrou da coberta, da lembrança e se agarrou na esperança como quems e agarra na barra da saia da mãe que te deixa na escola e vai embora, sem você saber se ela depois vai voltar pra te buscar.
Não queria dizer Oi, para não correr o risco de engolir as palavras, de tossir suas lágrimas que estavam penduradas no abismo da sua emoção. A solidão de repente pareceu companheira, e até emprestou seu ombro para algumas preces e lamentações.
Os passos ficaram iguais, uma atras do outro, na frente, ao lado, sem desenhos, sem compasso, somente o passo .. silencioso, misterioso e obscuro, pe ante pé .. devagar .. sempre … no claro .. no escuro.
SEntiu seus olhos se cruzarem no cruzamento da rua principal, procurou o chão mas ele virou abismo, procurou o céu mas ele virou firmamento , e o horizonte .. ah , o horizonte era ele, seus olhos, seu cabelo e seus lábios quentes, parado como uma imagem surreal … de frente .. naquela bendita esquina da rua principal.
Mas ele chegou tarde, atrasado para o café e para o chá … porque nem todos os olhos são fatais e nem todas as palavras voltam atrás.

novembro 26, 2009

** Andndo **



Começamos as histórias, sem começo, sem meio e sem fim. Uma parte de alguma trajetória de alguém que na madrugada escreveu por estar a fim. Sem seguir roteiros, apenas os devaneios que por ora podem surgir, e eles levam e carregam as ideias, e sopram os pensamento, e locomovem os dedos, até a historia surgir.
Começamos com a história sem nome, sem rumo e sem telefone, historia que conta o alheio, que fala alto tudo que é feio, não são apenas historias, são fatos vividos e marcados por um pensamento errante que tenta tenta e tenta, mas não vira " acertante".
ninguém pode dizer o que tem na mente de um alguem da madrugada,foram tantas coisas no dia .. converas, fofocas, historias, e piadas, lamentos, choros e reclamações , barzinhos, cervejas e diversões.
E a história surgiu ..

Ela estava triste, e por isso resolveu que deveria voltar, tinha que ve-lo pois ele viria de longe, andou, cansou, pensou , mas não quis telefonar. O sorriso que permaneceu o tempo todo, sempre que ela se sentia mal, e ela então o via , sem saber se aquilo era ou não normal. Decidiu que também queria ir .. mas para onde meu Deus do céu? Ela também não saberia responder, simplesmente levantou e caminhou, sem pensar nas consequencias e no tempo que passou desde que ela começou a caminhar para buscar o que talvez sobrou.
O sol tava esquentando, a barriga tava roncando, o raciocionio atrapalhando, e as consequencias estavam chegando. Trocou de calçada, andou no meio da rua .. subiu e desceu escada, a noite parou para ver a lua. Entrou no bar e pediu um copo , sentou na mesa , acendeu um cigarro, escutou as buzinas e o barulhos dos carros que iam e vinham, olhou para fora e se distraiu.
O barulho aumentou, a paixão afugentou e o calor a consumiu a mais de graus, ela então derramou suas lamúrias, seu odio e sua fúria, encheu o copo com lagrimas misturadas a coragem e a cevada. Dentro dele pode ver o que ainda não pode ter, e então se lembrou aonde tinha parado mesmo? Sim, ela apagou o cigarro, levantou-se da cadeira, devolveu o seu copo, atravessou a porta com a mochila nas costas, e andou ….