janeiro 31, 2010




O quanto ter você pode ser ilusão?
Desejos falsos?
Encenação?
Quando o sol surgiu e a ficha caiu ficou a impressão de que o "depois" saiu por aquela janela.
E a cinderela que outrora se deslumbrou com o principe encantado do jornal 1ª mão, virou abóbora descalça, sem ter ao menos chão.
Conversas fiadas ... balanços ensaiados . desejos guardados que não deveriam ter sido resgatados ...
Sinceridade nua e crua..lençóis limpos e a roupa suja que nunca foi lavada.
Pelo simples fato de não haver espaço para revelar o que já estava tão claro e obscuro...
frase pensada e bloqueada para não estragar a magia que não mais aconteceria.
Corpo perfeito..beijo do jeito que a gente não faz questão de esquecer.
O momento acabou ... a lembrança ficou ..junto com a sensação de que noites deveriam ser eternas ou não existir...
impetos deveriam ser proíbidos para não nos coagir em nós mesmo ...
presa no efeito do depois que permanece intacto, feito relapsos de uma ressaca de um domingo de manhã.

janeiro 27, 2010



As vezes é necessário abrir uma janela para adentrar a luz, por mais acostumados que estejamos com o escuro confortável do canto da sala.


Mudanças se fazem necessárias e nem sempre são da maneira que gostaríamos que fossem, porém, fortalecem e reestruturam nossa base vital, abre nossos olhos e tira-nos a trave que não nos permite enxergar.

Amar verdadeiramente com o coração é sinônimo de liberdade, se deixamos livres as coisas que amamos e elas continuam a nossa volta , certamente é porque ficaram sinceramente.

Curvas e bifurcações na estrada da vida nos levam ao progresso, saber para qual lado seguir não é a coisa mais fácil de se fazer, porém todo atalho retorna à via principal... tortuoso ou não eles nos edificam.


Quando nos tornamos fardos ou sinônimos de constrangimento a outros temos que recuar; o importante não é o número de vezes que você tentou, mas a coragem de seguir sem desistir até quando sentir que valeu a pena.

Buscar a felicidade não significa necessariamente uma tarefa, mas uma constante natural em nossas vidas.Sentir-se só e buscar o silêncio nos permite conhecer e entender nosso interior facilitando a compreensão de nossos atos e suas consequências.

Exigir de alguém o que este não pode nos dar, torna o ganho obrigatório e sem sabor, todo muro construido na areia desmorona, um tijolo de cada vez é muito mais sólido.

Julgar e menosprezar por atos ou comportamentos refletem o quão injustos somos conosco e com os outros, quando um dedo seu aponta para alguém outro está voltado para você; somos todos imperfeitos e não nos cabe designar ou avaliar quem quer que seja, cada ato tem seu momento, sua trajetória e sua consequência.

Quando voltar seus pensamentos a Deus, agradecendo pelo seu dia, por sua vida, pelo seu trabalho, lembre-se de enviar suas energias positivas aos seus amigos, e não esqueça jamais de seus inimigos, eles certamente precisam de tanta ou mais luz que você; deseje o bem àquele que te insipra raiva, deseje que ele se fortaleça em sua caminhada para que assim você siga em paz também no seu caminho.

Não deixe a insegurança virar inimiga, ame-se..valorize-se..permita-se...seja verdadeiro, busque boas vibrações, somente Deus pode julgar o intimo de cada um. Seja complacente com a sua vida , e nunca se esqueça de sorrir.

Good Vibrations!!

Deus te abençõe!!!

janeiro 19, 2010

** MUdanças **


É tempo de mudanças … de tirar a roupa do varal porque daqui a pouco começa a chover.
De limpar o chão da cozinha que ficou preto, de tanto pisar por tantas vezes no mesmo lugar.
De mudar o percurso para chegar até o supermercado, porque a lombada, a subida e o semaforo são sempre os mesmos, continuam iguais, e fazem o carro parar.
De trocar o sabor do salgadinho e do lanche porque eles começaram a dar azia.
De ouvir uma nova música, e trocar a estação de rádio do seu carro.
É tempo de mudanças, e não são tempos facéis …
Porque o antigo é muito mais fácil …. e o velho muito mais seguro.
A certeza toma conta deixando a incerteza e o medo de arriscar escondidos atrás da porta e do ármario.
O comodismo entra em cena , destacando-se nos holofotes , deixando a plateia boquiaberta e sem reação.
o Desconhecido e o escuro se tornam fortalezas fechadas e não se pode ver atrás dos muros … não se pode ver atrás de olhos vendados ... não se pode ver atrás de portas fechadas …
É tempo de mudar … porque uma porta se fecha e outras tantas se abrem …
Porque uma cor diferente apareceu na sua aquarela e você precisa experimentar …
Porque o tempo passa depressa demais e daqui a pouco pode ser muito tempo para tentar voltar atrás …
Porque não enxergamos o óbvio e aquilo que está bem diante de nós …
Porque muitas decisões são dificeís e lhe roubam noites inteiras de sono …
tardes inteiras de lágrimas …
horas inteiras de um único pensamento ..
e no fim de tudo a gente descobre que não se tem o que pensar .. e nem o que esperar … e nem o que refletir …
A vida simplesmente flui, e nós precisamos agir.
É tempo de mudanças … mas não mudamos porque não estamos preparados … ou fingimos que não.
é Tempo de mudar quando olhamos a nossa volta .. dentro dos olhos do medo .. quando o encaramos de frente .. quando secamos as nossas lágrimas e erguemos a cabeça para seguir em frente sem medo de errar e se ferir …porque para toda dor existe uma alegria .. para todo ferimento existe um curativo .. para toda decisão diferente que não deu certo , uma chance de retornar.
Mudanças …. crianças … esperanças …. desconfianças …. certezas, incertezas … medos, verdades e belezas … a vida é como vento … traz e leva coisas a todos os momentos.
portanto: Não se espante ao perecber que perdeu … ou quase perdeu … o pior sentimento é quando vemos ser ameaçados aquilo que tínhamos certeza que já era nosso.

Mudar, tentar …. vale a pena !!

janeiro 13, 2010

** Mas não se esqueça **


Foi um dia longo e escuro , frio, fome, sede, saudade.
Toca, cachecol, luva e blusão , mas ainda continuavam gelados seus pés e suas mãos.
Esqueceu de pentear o cabelo, porque esqueceu de olhar no espelho.
Esqueceu de apagar a luz, porque não quis olhar para trás.
Esqueceu a toalha pendurada no banheiro , porque queria secar-se ao vento.
Esqueceu por muitas vezes de muitas pessoas mas não queria esquecer.
Uma vez, amou quando tinha 13 anos, duas peles lisas … duas mãos macias, dois sapatos pequenos e uma bicicleta. Uma sacola de fitas VHS e um saco de pipoca de panela. Uma fita no cabelo, uma saia no joelho, uma sapatilha e um sorriso inocente.
Outra vez amou quando tinha 18 anos , pêlos no rosto pinicando, uma prancha no rack do carro da sua mãe, duas latinhas de cerveja , alguns trocados na carteira, e uma carteira de cigarros. Um cabelo longo e com mechas douradas, um top e uma saia curta, chinelo nos pés e uma pulseira de madeira no braço, um celular no bolso e duas mãos se entrelaçando.
Novamente, amou quando tinha 25 anos, dois corpos se envolvendo, celular tocando, reuniões de negócios, música alta, madrugadas, vodkas, cigarros, cartões de crédito e um carro novo. Um olhar seguro, vestido curto, salto alto, brincos compridos, cabelos lisos, tatuagem, aventura.
Por fim, amou com 30 anos, viagem, uísque, negócios, gente chata, poses, mentiras, decepções, verdades. Independencia, roupas elegantes, bolsas, relogios, sapatos, negócios, gente chata, mentiras.
Então lembrou-se … de como o tempo passa depressa.
Lembrou de como as coisas mudam depressa.
Lembrou de um sorriso que esqueceu de retribuir , do bom dia que não respondeu , do presente que recebeu.
Lembrou da conta atrasada, da calça que estava rasgada, de pagar o salário da empregada.
Lembrou que há vida na vida e queixou-se de como pode esquecer !?
Afinal, agora ele estava com 31, e lembrou que amaria novamente e dessa vez diferente; sem compulsões, sem ambições … amaria primeiro amar o amor , depois amaria a vida que o proporciona e finalmente a pessoa que escolheu para lhe proporcionar dar vida ao amor e amor a vida.

Esqueça o seu tempo, ele teima em castigar você.
Lembre-se do seu tempo , e aproveite cada dia.
Hoje você é bom .. amanhã você vai ser melhor ainda!
Antes de se entregar a alguém, entregue-se a si mesmo … O maior e o melhor amor, é o amor prórpio .. quando este chega, todos chegam também!

janeiro 11, 2010


Enquanto você está um pouco triste, continuo sabendo que você existe.
Um dia acreditei que você fosse fiel,
mas me amparei no meu próprio ombro, e sozinha, chorei.
Tenho a impressão de que sua vida virou uma novela,
Um jardim deserto …. uma vila velha.
Descobri suas palavras, e o que diziam ... decepção .. talvez …
A sorte chegou para mim, para você … ,mas já se foi.
Você brincou com a vida, e ela retribuiu a você … você perdeu sua vida.
Como uma dose de glicose , imerso em pensamentos, senta sozinho em um muro …
Pensa na mulher que quis ter .. por 1, 10 ou 100 anos.
Talvez a sua caminhada agora seria um pouco mais triste .. sabendo que ela ainda existe
Parada ... estacionada em sua mente, como um navio ancorado no porto.
Ele queria o seu ombro , mas não assumia seu papel …
pensou na vida , na morte e no amor.
Uma tormenta imensa .. depois … o silêncio …
Como alguém planejando uma vingança , oscilava entre ir e vir, amar e odiar.
Milhões de idéias lhe surgiram na mente .. todas tristes e indefesas ..
Sorriu de um jeito vazio .. por naõ encontrar um caminho.
Pensou em se jogar de um prédio e como um pombo, voar por ai livre .
Mas aquela mulher o acompanha …
ano após ano ..
dez milhoões cento e sessenta dias ..
ela esqueceu de partir.

janeiro 06, 2010

** Tarde Demais **


Um carro passou e ela não percebeu. O vento soprou , a folha mexeu , seus cabelos balançaram, e ela continuou olhando para lá.
O dia estava quente, mas ela não esquentou.
Suas pernas balançavam automáticas, seus dedos cruzavam-se mecanicamente, seus lábios mordiscavam a procura da dor. Outra que fosse maior que aquela que sentia neste momento.
Uma música tocou ali bem perto, e ela ouviu lá bem longe, e lembrou de tudo que não queria lembrar, e riu de tudo que não queria rir, e esqueceu de remoer o que deveria ser feito mas ficou pra depois…

Um dia acabou e outro começou, ela mais uma vez levantou com pressa, trançou os cabelos, escovou os dentes, mordeu um pedaço de pão, agarrou a mochila e saiu correndo.
No ônibus lotado um fone no ouvido, na rua apertada um passo apressado, um esbarrão em alguém do lado, um tropeção em alguém deitado, um pisão no pé de alguém mais alto, e o ponteiro girava enlouquecidamente. E o telefone , sem descanso, não parava de chamá-la.
No almoço, uma garfada e uma leitura , uma golada e um cálculo. Não havia tempo para pensar.
Não havia tempo para querer.
Não havia tempo para se olhar.
Escureceu de novo. Metro lotado, revista na mão, chiclé na boca, passo apertado. Banho quente, banho rápido. Janta morna, janta apressada. O corpo dóia, mas não dava tempo de pensar na dor, porque outra vez sem sonhar, adormeceu.
E quando esta noite acabou e novamente outro dia começou foi tudo diferente.
As pessoas dentro da cozinha não deixavam ela passar. A mochila dela não estava lá. Eram tantas vozes , eram tantos soluços, eram tantos choros que não dava para entender. O sono estava misturado a confusão que havia se generalizado.
O fone não estava com ela, pois não era mais capaz de ouvir. Não era capaz de acreditar no que estava acontecendo. Ela queria seu dia normal, com toda a sua pressa, com toda sua correria, com toda sua agitação. Ela queria não pensar em como seria agora. Porque aquela que ela tanto amava havia partido sem dar um tchau pelo menos? Porque não havia dito que talvez iria? Porque não um beijo? Porque não um abraço? Porque tudo tão rápido?
E ela sentou na calçada, e suas pernas começaram a balançaram utomáticas. E ela lembrou de algumas vezes ter ouvido um boa noite que ficou sem resposta, o computador na sua frente era atraente demais, tinham tantas coisas legais, era tanta concentração e conversas, não deu para responder … lembrou que ela havia falado alguma coisa de médico, mas não deu tempo de parar para prestar atenção … lembrou de um beijo que ganhou com 9 anos de idade, por ter sido a melhor aluna … depois ela ficou grande demais, e moça demais, e adulta demais, e beijar ficou feio demais, e era pagar mico demais …lembrou do abraço do último natal … lembrou que muitas e muitas vezes ela a esperou acordada para chegar de madrugada, a festa era boa, o sono era maior, e o "muito obrigado" esquecia de aparecer … de alguns conselhos .. de muitos sorrisos dados e não retribuidos.
E como ela desejou tudo de volta, e pensou que se pudesse voltar atrás tudo seria diferente, porque agora que ela havia percebido como era importante sua presença sua mãe havia partido?
Porque agora que ela queria deitar ao seu lado no sofá para verem aquele filme juntas, ela encontrava-se dormindo eternamente?
E o tempo perdeu o sentido … e o tempo perdeu o sabor.
A pressa já não existia …. só havia tristeza e dor.
Um carro passou e ela não percebeu … ela só queria voltar atrás, mas agora era tarde demais.