março 15, 2012



O telefone toca, eu falo alô e não há resposta, só a linha muda ...
eu sou a linha
muda... contínua.
Sou ridiculamente apaixonada por tudo que me ignora.
Sinto prazer em desejar do último galho a amora,
ando às avessas no escuro procurando o lado certo de alguém....
Não há ninguém.
Troco o par do sapato pra ver se desentorto o pé  para andar direito,
não tem jeito ,
eu tropeço, me stresso e sigo descalço.
Encontro um maço, tiro um trago, acendo um café,
desenho fumaça, peço licença para escada - ela não me concede - então eu fico de pé.
Em pé eu me movimento, surge uma letra e uma música triste ,
lembro da beleza das palavras que enobrecem a tristeza,
me sirvo de um prato de folha e uma caneta sobre a mesa de sobremesa;
mastigo devagar algumas letras e bebo frases,
de aperitivo, uma caixa de idéias soltas para juntar.
Então aqui eu me encontro, me sentindo "Alice com seu tic-tac" ,
onde nada faz sentido, mas é tudo real.
Acho que sou um quadro abstrato , me encontro e me perco em linhas e borrões,
mas no final somente quem olha com o coração pode entender que abstrato não é borrão
é a essência de uma alma que expõe aquilo que foi, e aquilo que é !